“O mal da ganância é não ter freios” (Ediel)
No universo existe um lugar misterioso conhecido como “Buraco Negro”. É um lugar que contraria as teorias da física dadas como certas. Um lugar onde tempo e espaço se rompe e a incerteza é uma constante.
De acordo com a Teoria Geral da Relatividade, um “Buraco Negro” é uma região do espaço onde o campo gravitacional é tão forte que nada sai dessa região. E uma vez que nada sai de um “Buraco Negro”, nada de um “Buraco Negro” chega até nós. Resta a nós, então, apenas observá-lo.
E foi observando esse bizarro fenômeno da natureza que, em 1994, os astrônomos obtiveram indícios da presença de um “Buraco Negro” no centro de uma galáxia espiral, como também mediram a sua massa. Posteriormente, obtiveram indícios de outros fenômenos iguais a esse no centro de outras galáxias. Mas, até agora apenas isso eles conseguiram.
O que os físicos nos dizem é que se um ser humano entrasse num “Buraco Negro” morreria, porque se desintegraria totalmente.
Todavia, desse “Buraco Negro” quase nada sei, mas não é desse tipo de “Buraco Negro” que quero comentar. Mas de um filme de curta metragem com esse título, que está sendo exibido pela internet, na íntegra, com duração de pouco mais de dois minutos.
Nesse filme – uma espécie de pequena fábula com moral e tudo – o autor nos mostra, sem uma única fala, até onde a ambição e a ganância podem levar o ser humano.
O filme começa com a cena de um homem executando um trabalho xerográfico. A máquina começa a enguiçar. Não contente ele dá uns pontapés nela até voltar a funcionar. No entanto a via xerocada apresenta no meio da folha um circulo estranho, bem arredondado e negro.
Ele olha essa folha pensativamente e a coloca de lado, sobre a máquina. E enquanto a máquina continua o serviço automaticamente, ele toma um pouco d’água e coloca o copo sobre aquele círculo negro da folha. Para sua surpresa, o copo atravessa a folha de papel e penetra na máquina.
O filme continua, mostrando o ator admirado, que percebe que se trata de um fenômeno de outro mundo, e faz, por isso, algumas tentativas para enfiar a mão por aquele “Buraco Negro”.
Depois de um momento de indecisão ele cria coragem e enfia a mão pelo “Buraco Negro” e retira o copo de dentro da máquina.
Eureca! – fica pensando... Se a mão atravessa o “Buraco Negro”, facilmente... Então eu posso conseguir muitas coisas... Vai até a geladeira expositora de refrigerantes, coloca a folha com o circulo negro na porta de vidro, enfia a mão e retira lá de dentro um pequeno tablete de chocolate e, satisfeito pela proeza, se delicia comendo um pequeno pedaço dele.
Olha, então, maliciosamente, para a sala do cofre da empresa! Vai até a porta, coloca o papel com o “Buraco Negro” ao lado da fechadura, enfia a mão e, por dentro, abre a porta, já se deparando com um imenso cofre à sua frente.
A cobiça lhe angustia, e o agita. Rapidamente coloca o papel com o “Buraco Negro” ao lado do segredo do cofre, enfia a mão e retira um pacote de notas. Passa a mão pelo dinheiro e apressadamente enfia as duas mãos dentro do cofre. Retira tudo que pode! Não contente e dominado pela ganância, procura por mais pacotes, desesperadamente, até se enfiar todo, de corpo inteiro, dentro do cofre.
Nesse momento o filme mostra a cena final: o papel com o “Buraco Negro” caindo da parede de fora do cofre e o ganancioso preso dentro do cofre, batendo pra sair.
“Inteligente é o homem que sabe valorizar o que tem, sem perder a ambição, e sem adquirir a ganância” (Alfredo Ananias Leonel Silva).
Cuidado com algumas escolhas: Ganância leva ao egoísmo... e egoísmo leva à solidão” (Karina Perussi).
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