Aquecendo a Vida

Aquecendo  a Vida

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

O INAUDÍVEL

 

 “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” (Marcos 7,16).


Um Príncipe foi ao Templo estudar com um grande Mestre, a fim de se preparar para a administração do reino.

Lá no Templo, o Mestre logo mandou o Príncipe sozinho à floresta. Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever os sons da floresta.

Quando voltou, o Mestre lhe pediu para descrever os sons de tudo aquilo que tinha conseguido ouvir.

Mestre – disse o Príncipe –, eu pude ouvir o canto dos pássaros, o roçar das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo suavemente na grama, o zumbido das abelhas e o barulho do vento cortando os céus.

Quando o Príncipe terminou, o Mestre mandou-o de volta à floresta para ouvir tudo o mais que fosse possível. O Príncipe ficou intrigado com a ordem do Mestre. Ele já não tinha distinguido cada som da floresta?

Por longos dias e noites o Príncipe se sentou sozinho na floresta, ouvindo, ouvindo... Porém, não distinguiu nada de novo!...

Mas, numa certa manhã na floresta, começou a discernir sons vagos... Diferentes de tudo o que ouvira antes! Quanto mais atenção prestava, mais claros eram os sons. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. “Esses devem ser os sons que o Mestre queria que eu ouvisse”, pensou.

O Príncipe passou horas ali, ouvindo e ouvindo...  Queria ter a certeza de que estava no caminho certo.

Quando retornou ao Templo, o Mestre lhe perguntou:

— O que mais conseguiu ouvir?

Mestre, quando prestei mais atenção, eu pude ouvir o Inaudível: o som do sol aquecendo a terra; das flores se abrindo; e o som da grama bebendo o orvalho da manhã.

O Mestre acenou com a cabeça em sinal de aprovação:

— Ouvir o Inaudível é ter a disciplina necessária para se tornar um grande administrador. Só quando ele aprende a ouvir o coração das pessoas, os próprios sentimentos mudos, os medos inconfessos, e as reprimidas queixas é que poderá inspirar confiança em seus comandados... E entender o que está errado para atender às reais necessidades dos liderados.

— A morte de um reino começa – concluiu o Mestre – quando os líderes ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem mergulhar fundo na alma das pessoas para ouvir seus sentimentos, desejos e opiniões reais.

Este conto, adaptado de um dos livros de Alexandre Rangel, serve aos gestores de um modo geral, e, em especial, aos administradores públicos.

Pois o povo, muitas vezes se sente abandonado depois das eleições... É comum a gente ver as escadarias e o saguão tanto do Poder Executivo como do Legislativo, vazios de gente; do cidadão pagador de impostos, que acaba não tendo a quem recorrer!...

Esta cena pode estar determinando a morte social da cidade. Portanto, se você saiu vitorioso na eleição, tenha ouvidos para ouvir o Inaudível...

Inaudível é o som que quase não se ouve ou que se ouve muito dificilmente. Pois é o som que exige uma disciplina imprescindível para ser ouvido.

Exemplo disso são os músicos, de ouvidos disciplinados, que conseguem definir com precisão os acordes da melodia, citando o Tom – que é a altura do Som, determinada pela frequência da onda sonora que o produz. 

Jesus alertava sobre o Inaudível:

 “Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis...” (Mateus 13,14).

Para se chegar ao Inaudível é preciso sentir o pulsar do coração das pessoas, ter empatia com o próximo e aceitação do outro... Em síntese: entender o sentimento do ser humano.

Esse é o sentido da democracia!...

O homem público, decidindo essa linha de conduta será capaz de sentir: o cheiro do povo; as necessidades da população; a beleza da vida; o perfume do amor e o despertar de uma nova consciência planetária...

E, de entender:

1.    Que tem um poder efêmero, de pouca duração;

2.    Que não é um chefe eterno, pois está no cargo que ocupa por um tempo muito limitado;

3.    E que deve cuidar de seu Estado de Consciência...

O bom administrador vai sentir todas as bênçãos, em todos os aspectos de sua gestão, ouvindo à sua cidade!

Pois, “Uma cidade feliz floresce!”.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

FÁBULA DA BORBOLETA

 

Na superação dos momentos mais difíceis da vida é que a gente cresce!


Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo.

Um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.

Então, pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.

Então o homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta, então, saiu facilmente.

Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha asas amassadas.

O homem continuou a observá-la. Ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar a tempo.

Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.

Ela nunca foi capaz de voar.

O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o casulo apertado bem como o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura, era o modo pelo qual Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de forma que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.

Algumas vezes, o esforço é, justamente, o que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, nos deixaria aleijados. Não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar.

Eu pedi forças..., e Deus me deu dificuldades para me fazer forte, a fim de executar projetos grandiosos.

Eu pedi saúde..., e Deus me deu a doença para compreendê-lo melhor.

Eu pedi sabedoria..., e Deus me deu problemas para resolver.

Eu pedi prosperidade..., e Deus me deu cérebro e músculos para trabalhar e realizar grandes empreendimentos.

Eu pedi riquezas..., e Deus me deixou pobre para não ser egoísta.

Eu pedi poder..., e Deus me deu humildade para que d’Ele precisasse.

Eu pedi coragem..., e Deus me deu pessoas com problemas para ajudar.

Eu pedi favores..., e Deus me deu oportunidades.

Eu pedi tudo para gozar a vida..., e Deus me deu a vida para gozar de tudo.

Eu não recebi nada do que pedi..., mas eu recebi tudo do que precisava. E quase contra a minha vontade, as preces que não fiz foram ouvidas.

Esta fábula, de autor desconhecido, contém a lição da borboleta, que nos ensina a superar obstáculos e conquistar a vitória sobre a doença, o pecado e a morte, com muito esforço e muita fé. E este é, pois, o Caminho ensinado pelo Cristo, que pode não ser um caminho novo, mas que é um novo jeito de caminhar com paz no coração...

“As dificuldades existem para que a gente brigue com elas”- disse Paulo Freire.

Que possamos então descobrir esta Força Divina que está dentro da gente para lutar contra as dificuldades!...

Pois, a nossa vida se parece com um barco atravessando mares. Vemos o Céu, mas não temos a menor ideia do que ocorre sob o casco. E, de repente, nos vemos numa batalha, onde ideias conflitantes seguem-se umas às outras rapidamente... E, num verdadeiro caos mental, cai a chuva e sopra o vento bem na hora da nossa prosperidade!...

Superar momentos de dificuldades sempre é um aprendizado. Há até quem perca a “fé”! Mas é o desafio desses momentos que faz a gente usar a mente construtivamente para alcançar as ideias mais elevadas e superar fracassos.

Será um tempo então de grande crescimento interior, do Despertar de Consciência para entender que o resultado de suas experiências depende de você trabalhando por si mesmo, e não da sua sorte.

Com este autoentendimento, você adquire um autodomínio e está pronto para voar uma vez livre do “casulo” de suas próprias imperfeições.

Lembre-se, porém, de que só o AMOR pode levá-lo a superar qualquer barreira, não importa o quão difícil seja para ultrapassá-la.

Roguemos a Deus, então, para não deixar morrer os nossos sonhos!

FELIZ 2025!