Aquecendo a Vida

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sexta-feira, 16 de agosto de 2024

OS RELIGIOSOS

 

“Fora da caridade não há salvação” (ESE).


No Concílio Ecumênico de 1950, quatro religiosos foram escolhidos para participarem de uma reunião numa cidade do interior do Estado: um rabino judeu; um cardeal católico; um ancião evangélico; e um palestrante espírita.

Um automóvel foi cedido a eles, mas nenhum dos quatro dirigia. Então, passaram a procurar um motorista para levá-los àquela reunião.

Naquele tempo era muito raro quem tivesse habilitação para dirigir.

Demorou, mas um motorista surgiu. Apesar de não ser de nenhuma religião, estava disposto a acompanhar os quatro naquela viagem.

Eles relutaram. Afinal, como uma pessoa sem religião poderia fazer parte do grupo? Mas, apesar da contrariedade, não tiveram outra saída e aceitaram.

Na viagem, um grave e inesperado acidente interrompeu lhes o destino, vindo todos a falecer na mesma hora.

Os religiosos, quando descobriram que já estavam no plano espiritual, limparam as roupas de seus corpos astrais e falaram ao motorista:

— Vamos todos ao Paraíso! O ônibus passará daqui a pouco.

— Eu vou ficar por aqui – disse o motorista –, pois não tenho religião, nunca fui a um Templo, nunca pratiquei nenhum tipo de culto. Vão vocês!...

Os quatro convenceram o motorista a ir também, pois com as patentes religiosas eles conseguiriam a sua entrada no Paraíso, apesar dele não praticar nenhuma religião.

Os cinco tomaram o ônibus.  Mas só os religiosos foram contabilizando suas atividades práticas durante seus estudos de religiões e cargos ocupados.

Lá no Paraíso tinha uma imensa fila de almas esperando atendimento. Na entrada, um Porteiro autorizava ou não a entrada no Paraíso.

O primeiro deles atendido foi o Rabino, porque os judeus são da primeira religião de Deus.

— Seu nome? 

— Jacob Ben Joseph.

O porteiro olhou sua ficha e disse:

— Pode descer, por favor, pois seu curriculum não dá direito à entrada.

O Rabino judeu tentou argumentar que sempre cumpriu com o dever religioso, pagando seu dízimo, fazendo as oferendas, jejuando. Mas, apesar disso não conseguiu entrar.

O segundo foi o católico, segunda religião de Deus único.

— Seu nome?

— Sou o Cardeal Lúcio D’Avila.

O Porteiro olha a sua ficha e diz:

— Entrada rejeitada.

O Cardeal declarou ser um fiel praticante do catolicismo e merecedor do alto cargo que ocupava. Não adiantou. Teve que voltar também.

Daniel Vaz, o Ancião evangélico, também foi recusado, apesar de seus argumentos de que era ótimo religioso. E o mesmo aconteceu com Felipe Soares, o Palestrante espírita...

O motorista, vendo as altas patentes religiosas serem proibidas de entrar no Paraíso, foi se afastando, para não passar vergonha, mas foi visto pelo Porteiro. Ele recusou o chamado, mas, após insistência, deu seu nome para verificação de sua ficha.

— Benedito, você pode entrar.

— Acho que o senhor se enganou – disse o motorista. –, isso não é justo! Eu não pertenço a nenhuma religião.

Então foi levado ao chefe, que ouviu suas reclamações e respondeu:

 — Irmão Benedito, você entrou no Paraíso, apesar de nunca ter religião, pois na Terra você viveu sempre se ocupando em fazer o Bem. O Paraíso não foi criado pelo “Pai” para os praticantes das religiões, mas para os praticantes dos bons sentimentos do coração, da verdadeira CARIDADE e do Amor ao próximo, ensinados pelo nosso mestre Jesus.

Assim diz as escrituras:

“Vi os mortos, grandes e pequenos, de pé, diante do trono. Abriram-se livros, e ainda outro livro, que é o livro da vida. E os mortos foram julgados conforme o que estava escrito nesse livro, segundo as suas obras”. (Ap 20,12)

“De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo?” (Tg 2,14)

 “... todas as igrejas hão de saber que [...] darei a cada um de vós segundo as suas obras”. (Ap 2,23)

“Olhemos uns pelos outros para estímulo à caridade e às boas obras”. (Hb 10,24)

 “Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”. (Mt 5,16)

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