“Nosso destino está de acordo com os nossos méritos” (Albert Einstein).
Certo Rei acreditava que o correto era
aquilo que pensava. Um dia, ele reuniu suas três filhas e disse-lhes:
—
Tudo o que tenho é de vocês. Por meu intermédio vieram a este mundo. Portanto,
a minha vontade é que sempre determinará o Destino de vocês.
Duas das moças concordaram. Mas a
terceira retrucou:
— Embora a minha posição me obrigue a
acatar as leis, não posso acreditar que meu Destino deva ser sempre determinado
por suas opiniões.
—
É o que veremos! – disse o Rei.
E mandou
prender a jovem numa pequena cela, por alguns anos.
Mas,
enquanto isso, o Rei dizia para si mesmo: “Essa moça está encarcerada não por vontade
própria, mas sim pela minha. Isso vem provar, de maneira cabal para qualquer
mentalidade lógica, que é minha vontade, e não a dela, que está determinando
seu Destino”.
Os
habitantes do Reino achavam que ela devia ter feito algo grave para ser tratada
assim pelo próprio pai.
De
tempos em tempos, o Rei ia visitá-la no cárcere. Embora debilitada, ela, se
obstinava em sua atitude, que esgotou de vez a paciência do Rei.
—
Seu persistente desafio – disse o Rei – só servirá para me aborrecer ainda mais
e, aparentemente, enfraquecerá meus direitos, caso você permaneça em seus
domínios. Então vou desterrá-la para o deserto que faz divisa com meu Reino. É
uma região inóspita, povoada por animais selvagens e pessoas exiladas, incapazes
de sobreviver. Ali, você descobrirá se pode levar outra vida diferente da que
conheceu aqui.
O
Decreto Real foi prontamente acatado. A moça logo se encontrou num território
selvagem, sem qualquer semelhança com o ambiente protetor em que havia
crescido. Mas, bem depressa, ela já percebeu que uma caverna podia servir de
casa, que nozes e frutas provinham tanto de árvores como de pratos de ouro, que
o calor provinha do sol. Aquela região tinha um clima e uma maneira de existir
próprios.
Depois
de algum tempo, ela conseguiu organizar sua vida tão bem que obtinha água de
mananciais, legumes da terra cultivada e fogo de uma árvore que ardia em
chamas. E murmurava para si própria: “Aqui há uma vida cujos elementos se
integram, formando uma unidade, mas nem individual ou coletivamente obedece às
ordens de meu pai, o Rei”.
Certo
dia, um rico viajante perdido por ali, encontrou a princesa exilada. Enamorou-se dela e a levou para seu país, onde
se casaram.
Passado
algum tempo, os dois decidiram voltar ao deserto onde construíram uma enorme e próspera
cidade. Ali, sua sabedoria, recursos próprios e sua fé se expandiram
plenamente. Os “excêntricos” e outros
banidos, muitos deles tidos como loucos, logo se harmonizaram plena e
proveitosamente com aquela existência.
A
cidade se tornou conhecida em todo mundo superando amplamente os Reinos
vizinhos em progresso e beleza.
O
Rei – pai da princesa obstinada – resolveu então conhecer de perto esse
estranho e misterioso lugar que brotara do deserto. Mas quando, de cabeça
baixa, ele se acercou do trono onde o jovem casal estava sentado, ao erguer os
olhos encontrou os daquela soberana, cuja prosperidade, fama de justiça e
discernimento superava em muito o seu renome.
E, assim, pôde captar as palavras murmuradas por sua filha:
— Como pode ver meu pai, cada um tem seu
próprio Destino e faz a sua própria escolha!...
Esta
parábola – adaptada para este artigo –, serve de reflexão para muitos que não
aceitam que pessoas da própria família sejam diferentes e que tenham direito de
traçar as Linhas de seu próprio Destino.
Não entendem que cada Consciência é distinta! Que o ser humano tem o
livre-arbítrio, concedido por Deus, para desenhar seus caminhos na direção de
sua própria Consciência...
Cada
um tem a sua Realidade e o seu próprio tempo de maturidade. Pois todos realizam
suas missões na Terra conforme suas vozes interiores. Somos todos livres para decidir. Nosso Senhor
é o Protetor de todos na caminhada. E o fim de tudo é a FELICIDADE...