Nossas palavras e atitudes são decretos espirituais.
Bairro
de Santa Cruz, dos Lopes, município de Itararé/SP. No começo da década de
cinquenta testemunhei aí a cura do meu irmão, de apenas três anos, que estava
com “tosse
comprida” (Coqueluche) – infecção respiratória, que naquela época, levava
muitos enfermos a óbito.
Numa
certa manhã vi chegar à nossa casa uma benzedeira bem velhinha, moradora de uma
casinha de sapé ali na vizinhança, a quem minha mãe implorava pela cura de meu
irmão.
A
benzedeira, Maria Antónia de Jesus, era conhecida por um apelido nada animador:
“Toninha
Tonta”. Talvez pelos dons místicos que possuía! Mas, Toninha de tonta
nada tinha! Sabia o que fazia! E curava com uma técnica simples de autossugestão.
Com o doente ao seu lado, Toninha pega
uma faca, um graveto e lhe diz o que vai fazer. Quando eu lhe perguntar: “o que é que eu corto?”; você responde: “tosse comprida”. Tá certo!
Agora eu vou rezar!... Minha mãe, ao meu lado, então se lembra de Jesus, e
diz, lembrando (Marcos 11,24): “Seja o que for que peçais na prece, crede
que obtereis, e vos será concedido”.
A cura
começa com Toninha rezando, depois cortando o graveto e perguntando: “o que é que eu corto?”. E meu irmão
respondendo: “tosse comprida”. Em
seguida, batendo com a faca no graveto ela repetia: “corta tosse”, “corta tosse”, “corta tosse”..., por mais de 20
vezes – eu contei! E, assim, esse
procedimento se renovava. Demorou um bom tempo, até que a tosse parou. E o
menino sarou!...
Mesmo que inconscientemente, a Toninha
conhecia este poder criativo das palavras. Porque cada Palavra tem uma forma
especial de “consciência”, que se manifesta no mundo visível. Pois, quando
damos às palavras a força da energia do pensamento, num tom elevado, que transcende
de nós, elas se tornam Decretos Divinos!
Há,
pois, nessa ação, uma mística de empoderamento das palavras pela transmutação
da energia emitida pelo pensamento para outra frequência vibratória, de outra
realidade, onde acontecem as coisas tanto para o bem, quanto para o mal,
dependendo do sentimento que há no coração naquele instante. E, por isso, é que
se proibiam os filhos de dizer “palavrão”!...
Na década de setenta, lecionando na
Escola do Bairro Catas Altas, em Ribeira/SP, entendi esse processo de cura,
quando ouvi no meu radinho de pilha, o astrólogo Omar Cardoso abrir seu programa,
dizendo:
Todos os dias, sob todos os pontos de
vista, eu vou cada vez melhor!
Embora
seja um mantra popular, o verdadeiro autor dessa frase foi o Psicólogo francês
Émile Coué, que é o criador da Auto-Hipnose
– um método que consiste apenas na repetição – todos os dias – de uma mesma frase. Pois, segundo Coué, a repetição
sistemática dessa frase, ao acordar e
antes de dormir é suficiente para transformar para melhor a vida de quem a
exercite.
O processo
se explica porque os momentos logo após o
acordar ou, antes do adormecer (denominada zona do crepúsculo) são períodos em que a mente inconsciente, está aflorada
à superfície, e fica mais propensa a receber e aceitar sugestões!... E essa
fórmula pode ser modificada para outros fins, como por exemplo: Todos
os dias, sob todos os pontos de vista, minha saúde vai cada vez melhor!
O
pai da auto-hipnose dizia que nunca curou ninguém, apenas ensinava as pessoas a
se curar. Não há dúvidas, porém, de que curas aconteceram! Mas esse método, até
por ser muito fácil, desapareceu com a morte de Émile Coué, em 1926.
A essência do método está no controle
mental, com base no seguinte:
1º. Só se pode pensar
em uma coisa de cada vez;
2º. Quando se concentra em um
pensamento, esse pensamento – através da autossugestão – torna-se Verdade,
porque o corpo o transforma em ação.
Você
pode ativar os mecanismos de cura do seu próprio corpo, que estão bloqueados
por pensamentos negativos (conscientes ou inconscientes), apenas repetindo 20
vezes esse mantra citado por Omar Cardoso. Fazendo isso, duas vezes por dia,
você estará praticando o Método Coué de
Psicoterapia.