Um fenômeno místico da vida humana.
Boa parte dos séculos XIX e XX registra no cenário
das selvas brasileiras a presença do Profeta
João de Maria, ou Monge João Maria
de Jesus – de fé fervorosa – que tinha nos sertanejos os seus devotos
espectadores.
Surgiu misteriosamente no Paraná e Santa Catarina,
percorrendo o País, por mais de meio século, desde o Pantanal até os Pampas,
pregando a filosofia do amor.
Homem culto, de vários idiomas, mas que fugia da
popularidade, pois queria se passar por um simples peregrino, preocupado em
ensinar apenas o caminho da espiritualidade aos seres humanos.
Numa época de parcos serviços de assistência médica e
de educação, ele curava as pessoas com passes magnéticos, ou utilizando ervas e
águas de fonte medicinal; que eram os recursos acessíveis à população mais
carente.
Como um apóstolo do Cristo, o Monge dos Excluídos, era a esperança e o apoio dos humildes os aconselhando com sabedoria
e fazendo predições.
Conta-se que ele fazia levitações, como os magos
hindus; que poderia estar em dois lugares diferentes; como também se postar
orando em sua gruta, ao lado de um doente que invocava por ele.
Conta-se, ainda, que podia ficar invisível aos seus
perseguidores; que podia atravessar a pé sobre as águas dos rios; que era imune
às feras; e que fazia surgir nascentes nos lugares onde dormia.
Andarilho por natureza, suas notícias eram muito rápidas
e chegavam antes dele nos lugarejos por onde ia passar.
Passou por Itararé (SP) e deixou lembranças: uma capelinha,
localizada na Rua Santa Cruz, no Bairro Velho e uma mina d’água – considerada
milagrosa –, na Fazenda Pinhal Formoso do Distrito de Santa Crus dos Lopes.
Os casos de João
de Maria se davam sob as vistas de gente humilde e sincera. Por isso, todas
as vezes que chegava a uma localidade do interior, a romaria à sua tenda era
uma verdadeira apoteose e valia por uma consagração a este venerado Santo da
gente pobre do sertão.
No Paraná atendeu por
muito tempo numa Gruta do município da Lapa, onde hoje fica o Parque Estadual do Monge.
Há até uma crença
difundida que o Profeta João de Maria não morreu, mas foi arrebatado aos céus
por dois anjos.
Em Itararé, na Rua
Walfrido Rolim de Moura, funcionou durante muito tempo o “Centro
Espírita Profeta João de Maria”, onde o Espírito do Monge, através
dos dons da benzedeira Dona Ana Fogaça de Almeida, atendia as pessoas necessitadas,
curando-as da mesma forma que ele fazia nos bons tempos de outrora.
A história nos conta que o Monge se encontrava certa
vez num lugarejo – que hoje é a cidade de Ventania, no Paraná –, onde era
muitíssimo admirado e querido. Ali residia uma senhora a quem ele tinha
prestado importante benefício. Desejando presenteá-lo, a mulher escolheu uma
galinha gorda, que andava pelo terreiro. Perseguiu-a; porém, por mais esforço
que fizesse não conseguiu pegá-la. Cansada de tanto correr, a mulher desistiu
e, extremamente encolerizada, disse:
— “Galinha
danada, que o Diabo te carregue!”.
Com o rosto em suor, a boa mulher foi dar conta do
trabalho da casa. Mas, passadas algumas horas, a galinha entrou mansamente na
cozinha, sendo então, apanhada sem nenhuma dificuldade.
De posse dela, a mulher contente dirigiu-se ao pouso
do Monge, a fim de lhe ofertar o animalzinho como presente.
O Profeta, porém, agradeceu-lhe a generosidade e
devolveu-lhe a galinha, dizendo: – “Boa mulher, eu não posso aceitar o presente, pois
esse bichinho pertence ao Diabo, a quem você acabou de oferecer, há poucas
horas...”.
João de Maria, se apresentando ao mesmo tempo em dois pontos
diversos, pode ter sido mais um caso de homens
duplos – fenômeno de Bicorporeidade
–, como o caso de Santo Antônio de Pádua, canonizado pela papa, e explicitado
por Allan Kardec, em suas Obras Póstumas.
No caso da galinha, ele quis mostrar a força da Mente – hoje comprovada
cientificamente. Força esta, responsável por todas as atrações materiais e
emocionais no mundo de cada um.
Concedida por
Deus esta força magnética ajuda o
ser humano a conseguir todas as realizações de sua vida, seja para o bem ou para
o mal, de acordo com os seus pensamentos. Pois, da forma que a gente pensa, a gente é...
Alterando suas atitudes mentais você pode alterar a
sua própria vida.
Segundo Napoleon Hill “Sua mente é seu talismã
invisível”. Pense nisso!...