O SINAL DA CRUZ

O Sinal da Cruz é o símbolo de nossa salvação.

Jesus, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: “Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. (Marcos 8,34).

Sentado num banco da Praça da Matriz, eu meditava sobre o referido ensinamento de Jesus, relembrando a importância de seu sacrifício na Cruz.

Ao olhar a Cruz no alto da Igreja foi como se eu tivesse ouvido o apóstolo Paulo falando: “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina”. (I aos Coríntios 1,18).

Observava que respeitosamente os devotos faziam o Sinal da Cruz ao entrar ou passar defronte daquele magnífico templo, quando subitamente fui abordado por um conhecido, que captando minhas ideias me perguntou:

– Você sabe quando surgiu o Sinal da Cruz como símbolo dos cristãos?

Mas, antes mesmo de eu ensaiar uma resposta ele já continuou:

– Devido muitas perseguições que sofriam, a senha de identificação dos primeiros cristãos era o desenho de um peixe; como foi encontrado nas paredes das catacumbas, onde se reuniam para estudar a Boa Nova. Com o tempo o desenho foi se descaracterizando e, para facilitar, ficou só o sinal da cruz das duas linhas que indicam o rabo do peixe. E surgiu daí, então, o ícone dos cristãos!

Duvidando disso, resolvi perguntar:

– Mas, o símbolo dos cristãos não surgiu da cruz do calvário?

– Não, meu irmão! – respondeu-me ele todo entusiasmado.  – Se Jesus tivesse sido enforcado, por acaso teríamos que venerar a corda e fazer o sinal da forca?

Despedimo-nos, mas fiquei pensando nisso..., sobre os hindus que veneram a vaca e os indígenas que adoram o sol...

 E, então, me lembrei de Huberto Rohden (in: De Alma para Alma, Ed. Martin Claret, SP), que aborda o tema “Sinal da Cruz” como:

A FÓRMULA MÁGICA.

Andavam os filósofos gentios em busca do elixir da vida.

Andavam os alquimistas medievais em busca do segredo do ouro.

Andavam os sábios de todos os tempos em busca da pedra filosofal.

Andam os homens de todos os dias em busca da felicidade perene.

E não sabeis vós, inquietos bandeirantes, que há muito foi descoberto o talismã que buscais?...

A fórmula mágica da ciência e da vida?...

O poderoso elixir de indefectível juventude e felicidade?...

Não foi Aristóteles nem Platão, não foi Sócrates nem Sêneca que tal prodígio descobriram.

Não foi sábio nem estadista, não foi poeta nem foi general que desvendou o grande segredo...

Foi um simples aprendiz de carpintaria, que nem nome parecia ter – o “filho do carpinteiro”, como dizia o povo.

Homem que nunca se sentou em banco escolar...

Homem que não se formou em ciências e artes...

Homem que não freqüentou academia nem curso filosófico...

Tenho diante de mim a fórmula singela que esse homem elaborou...

Fórmula que resolve todos os problemas da vida e da morte.

Fórmulas que diz tudo o que os sábios não disseram...

Fórmula que faz suportar os mais pesados fardos – até o próprio ego...

Fórmula que faz nascer auroras em pleno ocaso...

Fórmula que ensina a descobrir pérolas de sorriso – no mais profundo oceano de lágrimas...

Fórmula que descortina alvejantes berços de vida onde os homens só enxergam negros ataúdes mortuários...

É tão singela essa fórmula descoberta pelo filho do carpinteiro que o mais simples dos homens a pode aplicar.

Compõe-se de dois traços apenas – um vertical e outro horizontal.

Unindo em ângulo reto essas duas barras que da oficina trouxe o carpinteiro de Nazaré – tem-se o poderoso talismã de todos os segredos da vida e da morte.

Lança-se ao céu a haste vertical bradando: Amor divino!

Alarga-se pela terra a trave horizontal, clamando: Humana caridade!

E onde se cortam as duas barras do amor e da caridade – gotejam sobre a terra lágrimas rubras – a dor...

Duas linhas cruzadas – crucificadas.

À luz deste símbolo resolvo todos os problemas da vida e da morte.

Símbolo cujo simbolizado é redenção.

À mão dessa fórmula mágica descerro todas as portas.

Compreendendo... Perdoando... Amando... Sofrendo... Calando... Ao pé da cruz...