Somente a verdade elucida, cura, liberta, ilumina e salva.
Se uma pessoa quer aprimorar os seus
conhecimentos, é fundamental numa leitura ter sempre ao lado um dicionário.
Mas, às vezes, isso não basta! Precisa-se buscar um conceito mais aprofundado
dos vocábulos. São os casos de: 1) Flexibilidade e Resiliência;
2)
Possessão e Subjugação; 3) Transformação e Transmutação,
etc.
Conquanto aparentem significados
semelhantes, não são palavras iguais pelos conceitos que revelam. Dei-lhes o
título de VOCÁBULOS PRIMOS.
Restrinjo-me aqui, como exemplo, aos
vocábulos: Alteridade e Empatia.
ALTERIDADE significa “caráter ou qualidade do que é outro” –
de acordo com o dicionário Aurélio.
Etimologicamente vem do francês “alterité”, igual à mudança. E dessa
forma pode ser traduzida como distinção, modificação, alteração...
Difícil, não?! Vamos, então, buscar o
seu sentido como vocábulo latino “alteritas”,
que significa: constituir-se como outro,
de perceber o outro como uma pessoa singular e subjetiva.
Complicou ainda mais?!...
Vamos, pois, clarear a compreensão com o
uso da ciência. Para a Psicologia, ALTERIDADE é um conceito, que alguém tem, e
segundo o qual os outros seres são distintos dele.
Agora já melhorou, ou ainda não?!
Numa linguagem mais simples, podemos
dizer que ALTERIDADE significa enxergar
o outro como um ser distinto, diferente. É reconhecer que as outras pessoas
são diferentes de você, porque cada ser é um universo distinto, com
experiências bem diferentes das suas. E entender que elas evoluem e, portanto, alteram (mudam) o seu modo de ser, de
ver o mundo...
Alguém pode até pensar assim: mas isso
eu já sabia! É só se colocar no lugar do outro para entendê-lo...
Pare! Não é bem isso! Você está confundindo
com EMPATIA.
EMPATIA e ALTERIDADE são vocábulos com
conceitos parecidos, primos, parentes...
Mas são diferentes!
ALTERIDADE é a capacidade de reconhecer
que o outro tem seu próprio jeito de ser, porque, essencialmente, ele difere de
você; enquanto que a EMPATIA é à capacidade de se colocar no lugar do outro,
sentir a dor do outro de maneira imaginária ou por analogia.
Na EMPATIA há sentimento. Trata-se da habilidade
de você sentir as emoções da outra pessoa; de sentir o que ela sente, caso você
estivesse no lugar dela, na mesma situação experimentada por ela.
Na ALTERIDADE já não entra o lado
sentimental. Você só identifica que a outra pessoa é diferente de você e, por
isso, você a trata com respeito. Passa
a compreendê-la melhor e não impõe a ela o seu modo de ser; você respeita os
direitos dela, principalmente a liberdade dela decidir as coisas à maneira
dela...
Quando você tem ALTERIDADE, você deixa
de ser autoritário, deixa de se implicar com o próximo, de julgá-lo ou
condená-lo... Você humaniza o seu relacionamento. Você passa a entender que toda
pessoa se modifica, altera seu modo
de ser, porque o progresso, a mudança, faz parte da práxis da vida – é inerente
a Lei da Natureza Humana.
Talvez, por isso, Jesus em Lucas 6,27 tenha
pedido para “amar os vossos inimigos”!
Pois embora diferentes, são também filhos do mesmo PAI.
Só para lembrar: Deus nos deu o
Livre-arbítrio, para decidirmos a nossa vida. O Criador não interfere nas
nossas decisões. Quando decidimos, temos inumeráveis possibilidades de escolha.
Conhecedor dessas possibilidades, Deus tem sempre o controle daquela que
escolhemos, para que possamos evoluir sempre e chegar a um porto seguro e feliz.
E talvez por isso que Jesus, em Lucas 15,4 nos garantiu que nenhuma de suas ovelhas se perderá.
A ALTERIDADE, ao reconhecer o valor do
coletivo, pode garantir a coesão social,
e nos ajudar a superar a chaga maior da humanidade – O EGOÍSMO – nos fazendo tolerante,
paciente e solidário com o próximo.
Já a EMPATIA vai mais além. Desperta o
conceito da fraternidade, que ajuda
a destruir em nosso íntimo outra grande chaga da humanidade – o ORGULHO. Pois ao se colocar no lugar do outro,
passamos a entender o outro nas suas reações, nas suas emoções... E o sentimento
afetuoso pelo outro nos faz piedoso,
indulgente, humilde... Faz-nos
praticar a verdadeira caridade,
pois, aumenta em muito a nossa capacidade de amar o próximo!
As virtudes desses conceitos, na
prática, podem favorecer o Grande
Despertar, que levará a humanidade a dar um Salto Quântico na sua evolução.