O Amor pelos filhos é
uma dádiva do Criador!
Uma
lenda judaica conta a história de um rabino, que vivia muito feliz com sua
esposa e dois filhos queridos.
Certa
vez ele viajou por vários dias. E, durante a sua ausência do lar, um acidente
muito grave provocou a morte de seus dois filhos amados.
A
mãe sentiu o coração dilacerado. Sendo, porém, uma mulher forte, de muita fé em
Deus, suportou o choque com bravura. Só uma preocupação lhe vinha à mente: como
dar ao esposo a triste notícia? Pois sabia que ele era doente do coração e
temia que não suportasse tamanha comoção.
Lembrou-se de Deus e rogou auxílio para
resolver a difícil questão.
Quando
o rabino retornou ao lar, abraçou a esposa e perguntou pelos filhos... Ela
pediu para que não se preocupasse; que tomasse banho e logo depois ela lhe
falaria dos moços.
Minutos
mais tarde, ambos sentados à mesa, ela lhe perguntou sobre a viagem, mas ele queria
mesmo era saber dos filhos. Ela, então, meio embaraçada, respondeu ao marido:
− Calma.
Primeiro quero que me ajude a resolver um grave problema.
O
marido, então, perguntou:
− O
que aconteceu? Você está abatida... Fale! Vamos resolver isso junto, com a
ajuda de Deus.
− Enquanto
você esteve ausente – disse ela –, um amigo nosso visitou-me e deixou duas joias preciosas de incalculável
valor para que as guardasse. Jamais vi algo tão belo!
−
E daí?... Que mal há nisso!
− O
problema é que ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois me
afeiçoei a elas.
− Ora
querida! Não entendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!... Por
que isso agora?
− É
que nunca havia visto joias assim!... Tão maravilhosas!
− Podem
até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.
− Mas
eu não consigo aceitar a ideia de perdê-las!
O
rabino disse então com firmeza:
− Ninguém
perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo! Vamos devolvê-las!
Faremos isso hoje mesmo.
− Pois
bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na
verdade já foi feito. As duas joias
preciosas eram nossos filhos. Deus os confiou à nossa guarda e, durante a
sua viagem, veio buscá-los. Eles se foram...
O
rabino entendeu a mensagem. Abraçou a sua amada esposa, e juntos derramaram
muitas lágrimas.
Ao ler o Evangelho descobrimos que Jesus
se refere a Deus como Pai de todas as criaturas. E isso, às vezes provoca
confusões, pois descobrimos que temos dois pais: o pai corporal, que gerou o
corpo do filho; e o Pai Celestial que gerou o Espírito do filho.
Isso quer dizer que o corpo procedeu do
corpo, mas o Espírito já existia antes da formação do corpo. Ou como disse
Jesus: “O que nasceu da carne é carne, e
o que nasceu do Espírito é espírito” (João 3,6).
Qual é, então, o nosso verdadeiro pai?
Sem dúvida, é Deus! Paulo declara isso na epístola aos Romanos (8,14): “Todos os que são conduzidos pelo Espírito
de Deus são filhos de Deus”.
Assim, para diferenciar um do outro costumo
registrar o pai corporal com letra
minúscula e o Pai Celestial com
letra inicial maiúscula.
Conclui-se disso, que temos duas
famílias: a família por Parentesco Corporal e outra – muito maior –, a família
por Parentesco Espiritual.
Jesus, no final do Capítulo 12 de Mateus,
fez compreender bem isso quando falava à multidão e alguém lhe disse: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e
querem falar-te”. E ele lhe respondeu:
“Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”.
E, apontando com a mão para seus
discípulos, acrescentou: “Eis aqui minha
mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus,
esse é meu irmão e minha irmã e minha mãe”.
Embora sejamos apenas o pai corporal,
quantas vezes não tomamos posse da vida de nossos filhos? Tiramos-lhes às vezes
toda a liberdade de pensar; de ser como eles realmente são: irmãos espirituais
que trazem experiências as mais diversificadas de outras encarnações do passado.
Experiências estas que devem ser
respeitadas e compreendidas para se viver socialmente em harmonia.
Se entendermos que tudo que temos foi
concedido por Deus, nossas vidas serão mais calmas e proveitosas...
E, pensando assim talvez a gente possa um
dia dizer: EU SOU FELIZ!
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