Aquecendo a Vida

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sábado, 13 de fevereiro de 2021

DUAS JÓIAS PRECIOSAS

 

O Amor pelos filhos é uma dádiva do Criador!


Uma lenda judaica conta a história de um rabino, que vivia muito feliz com sua esposa e dois filhos queridos.

Certa vez ele viajou por vários dias. E, durante a sua ausência do lar, um acidente muito grave provocou a morte de seus dois filhos amados.

A mãe sentiu o coração dilacerado. Sendo, porém, uma mulher forte, de muita fé em Deus, suportou o choque com bravura. Só uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia? Pois sabia que ele era doente do coração e temia que não suportasse tamanha comoção.

 Lembrou-se de Deus e rogou auxílio para resolver a difícil questão.

Quando o rabino retornou ao lar, abraçou a esposa e perguntou pelos filhos... Ela pediu para que não se preocupasse; que tomasse banho e logo depois ela lhe falaria dos moços.

Minutos mais tarde, ambos sentados à mesa, ela lhe perguntou sobre a viagem, mas ele queria mesmo era saber dos filhos. Ela, então, meio embaraçada, respondeu ao marido:

− Calma. Primeiro quero que me ajude a resolver um grave problema.

O marido, então, perguntou:

− O que aconteceu? Você está abatida... Fale! Vamos resolver isso junto, com a ajuda de Deus.

− Enquanto você esteve ausente – disse ela –, um amigo nosso visitou-me e deixou duas joias preciosas de incalculável valor para que as guardasse. Jamais vi algo tão belo!

− E daí?... Que mal há nisso!

− O problema é que ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois me afeiçoei a elas.

− Ora querida! Não entendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!... Por que isso agora?

− É que nunca havia visto joias assim!... Tão maravilhosas!

− Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.

− Mas eu não consigo aceitar a ideia de perdê-las!

O rabino disse então com firmeza:

− Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo! Vamos devolvê-las! Faremos isso hoje mesmo.

− Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade já foi feito. As duas joias preciosas eram nossos filhos. Deus os confiou à nossa guarda e, durante a sua viagem, veio buscá-los. Eles se foram...

O rabino entendeu a mensagem. Abraçou a sua amada esposa, e juntos derramaram muitas lágrimas.

Ao ler o Evangelho descobrimos que Jesus se refere a Deus como Pai de todas as criaturas. E isso, às vezes provoca confusões, pois descobrimos que temos dois pais: o pai corporal, que gerou o corpo do filho; e o Pai Celestial que gerou o Espírito do filho.

Isso quer dizer que o corpo procedeu do corpo, mas o Espírito já existia antes da formação do corpo. Ou como disse Jesus: “O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito” (João 3,6).

Qual é, então, o nosso verdadeiro pai? Sem dúvida, é Deus! Paulo declara isso na epístola aos Romanos (8,14): “Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”.

Assim, para diferenciar um do outro costumo registrar o pai corporal com letra minúscula e o Pai Celestial com letra inicial maiúscula.

Conclui-se disso, que temos duas famílias: a família por Parentesco Corporal e outra – muito maior –, a família por Parentesco Espiritual.

Jesus, no final do Capítulo 12 de Mateus, fez compreender bem isso quando falava à multidão e alguém lhe disse: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar-te”. E ele lhe respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”.

E, apontando com a mão para seus discípulos, acrescentou: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão e minha irmã e minha mãe”.

Embora sejamos apenas o pai corporal, quantas vezes não tomamos posse da vida de nossos filhos? Tiramos-lhes às vezes toda a liberdade de pensar; de ser como eles realmente são: irmãos espirituais que trazem experiências as mais diversificadas de outras encarnações do passado.

Experiências estas que devem ser respeitadas e compreendidas para se viver socialmente em harmonia.

Se entendermos que tudo que temos foi concedido por Deus, nossas vidas serão mais calmas e proveitosas...

E, pensando assim talvez a gente possa um dia dizer: EU SOU FELIZ!

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