“Pertence àquele que
tem fome o pão que tu guardas...” (São Basílio).
Um tema relevante que deve ser debatido
nas eleições municipais é sobre uma das causas mais nobres – a promoção da
dignidade humana.
A Pandemia de Coronavirus já causa
desemprego e fome. E a FOME é a mais aviltante calamidade social!
Apesar de o Auxílio Emergencial ter
diminuído a pobreza em 23,7%, há ainda, segundo o IBGE, mais de dez milhões de
brasileiros em situações de segurança alimentar grave. E mais de um milhão e meio esperando cadastro
no programa Bolsa Família.
Dentre estes, que passam fome, a
mortalidade se sobressai. Se não fosse a conspiração da mídia convencional, que
quase não aborda essa questão, os números dos que morrem de fome certamente
assustariam e suscitaria a necessidade de se travar uma grande batalha pela
erradicação da fome.
Aqueles que passam fome são “invisíveis”! E não sendo vistos pela
mídia são pouco lembrados pelos parlamentos e palácios de governos.
Os candidatos destas eleições precisam
ter propostas claras para essa gente marginalizada que tudo o que tem é Resto!
Restos de farinha, de sal... Que tem fome também de esperança, de dignidade, de
solidariedade!...
A Fome não é Fake!... É uma realidade
que precisa ser enfrentada. Os necessitados choram de fome. E esse choro é
diferente! É um choro-revolta de quem “já
morreu muitas vezes”. Um choro que explode no peito de vergonha... E de
indignação, porque o miserável – apesar da sua ignorância – sabe por intuição
que a fome que passa não é obra divina; e sim, humana.
Existe uma cegueira moral e social! Esquecemos
as recomendações de Jesus – previstas em Mateus (25,31-46)!
Quando
o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, [...] colocará
as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então dirá aos que estão
à direita:
− Vinde
benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a
criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes
de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me
visitastes; estava na prisão e viestes visitar-me.
Perguntar-lhe-ão
os justos:
− Senhor,
quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de
beber? Quando te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando te
vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?
Responderá
o Senhor:
− Em
verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus
irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.
Voltar-se-á
em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá:
− Retirai-vos
de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.
Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era
peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não
me visitastes.
Também
estes lhe perguntarão:
− Senhor,
quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na
prisão e não te socorremos?
E
ele responderá:
− Em
verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes
pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.
E
estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna.
Por quanto tempo ainda ignoraremos
irmãos nossos que são castigados pela miséria?
O Político que deseja ajudar encontrará
os meios necessários para isso. Basta desenvolver uma Política Municipal de
Erradicação da Fome (Programa “Fome Zero”). Criação de um Centro Municipal
Contra a Fome com Cadastro transgovernamental.
Pode-se inclusive criar Frentes de
Trabalho; ou um Auxílio Emergencial Municipal para complementação de renda às
famílias carentes.
Mas todos esses programas só alcançarão
sucesso com a participação da sociedade. Como disse Betinho (1935 – 1997): “Só a participação cidadã é capaz de mudar o
país”.
Para esse sucesso é preciso também
lembrar que “Fora da Caridade não há
Salvação”. Pois, a Caridade e a Compaixão fortalecem a nossa alma.
Então, como disse Frei Betto: “Não
te deixes desiludir pelo mundo que te cerca. Saiba que és chamado a
transformá-lo”.
“Mudar é difícil, mas não é impossível” – disse Paulo
Freire.
“Faze justiça ao aflito e ao
indigente"
(Provérbios 31,9). Pois, quem planta
o Bem haverá de colher um NOVO MUNDO!