“A vida começa onde termina a sua zona de conforto” (Neale Donald Walsch)
Um pássaro vivia resignado, em uma árvore apodrecida
no meio do pântano. Acostumado a estar ali, comia larvas da lama e estava
sempre sujo. E suas asas inutilizadas pelo peso da sujeira. Certo dia um
vendaval derrubou sua morada. A árvore foi tragada pelo pântano e ele se deu
conta de que ia morrer.
Tudo ficou muito difícil pra ele, pois havia esquecido
como voar. Mas para salvar-se, tentou voar de qualquer jeito, agitando suas
asas com muita força. Enfrentou a dor até conseguir alçar vôo. Cruzou então o amplo céu, chegando,
finalmente, a um bosque fértil e famoso!
O pássaro, conformado com a rotina de sua vida, nada
fazia para buscar os benefícios de uma vida melhor.
São, assim, muitas pessoas, que preferem a comodidade
de uma vida sem qualquer perspectiva, a enfrentar seus medos e inseguranças,
seus problemas e dificuldades, para alçar um vôo mais alto até o bosque do seu
merecimento.
Quem vive assim, vive numa “zona de conforto”, pois a
sua rotina – de ações e pensamentos – é de pessoa acostumada a ter comodidade
de comportamentos que não lhe causam nenhum tipo de medo, ansiedade ou risco.
A pessoa vive só pra comer, beber, dormir, assistir
TV, facebook, futebol, ir à igreja, etc., numa sensação de segurança.
A “zona de
conforto” cria uma resistência à mudança. E a pessoa que vive nesse “conforto” é negativista, contra tudo
que mexa com ela. Seu desejo é nunca mudar. Uma característica da “zona de conforto” é a omissão na política
ou na participação social.
A humanidade é assim. Crucificou Jesus com medo das
Suas idéias de amor!
“Zona de
conforto” é, então, esse espaço como
de uma barreira invisível, onde a pessoa se sente segura e que não permite
qualquer tipo de aventura, porque receia o sofrimento pra lá do muro!
Mas, não é um espaço físico e sim uma prisão emocional
– sem portas –, um modo de vida, que muitas vezes afasta a pessoa de uma vida
melhor, pois o sucesso é construído na capacidade que a pessoa tem de enfrentar
as dificuldades.
Na “zona de
conforto” a pessoa vive uma vida improdutiva! Como se estivesse dirigindo
um carro moderno no piloto-automático. Só que dirigir no piloto-automático não
significa segurança e a longo tempo pode ser arriscado.
Diz os versos de uma composição do conjunto Lágrima
Flor, que “O conforto que busquei, no
qual me acomodei / Foi o monstro que aos poucos me sufocou”.
Como sair da “zona
de conforto”?
Tem um dito assim: “quem
não vem pelo amor, vem pela dor”. Porque no mundo tudo é harmonia, é
equilíbrio. O crescimento do universo é constante. E dentro de nós existe o desejo ardente de melhorar sempre. É o
princípio da lei do progresso: Ajuda-te e
o céu te ajudará.
Não progredir é contrariar as leis divinas e arrumar
problemas. Pode-se então dizer que quem não progride pelo amor, acaba tendo que
sair da comodidade pela dor para se transformar.
Pela dor, porque o conforto é monstro que sufoca mesmo. Pois os problemas, quando aí surgem, são
como um tsunami que destrói a vida da
pessoa e a obriga a “levantar vôo ou
morrer”.
Pelo amor, reconhecendo seus erros e fazendo um
esforço para mudar, para melhorar, buscando uma nova forma de pensar, sem medo
de lidar com o desconforto da mudança (dor, mal-estar).
Ainda é preciso a pessoa se instruir mais e buscar a
verdade das coisas; arriscar-se; enfrentar novos desafios; e eliminar a
procrastinação (adiar, “empurrar com a
barriga”).
Jesus disse: “Se alguém me quiser seguir, negue-se a si
mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos, 8, 34).
Negar a si
mesmo é sair da rotina e mudar. Pois
quando muda, você sai do ser alienado da “zona de conforto” e se transforma em
outra pessoa. E tomar a cruz é
suportar corajosamente as tribulações dessa mudança.
Sair então da “zona
de conforto” é voar por conta própria. É sacudir a lama e voar mais alto. Mas
a pessoa precisa saber operar fora dessa área, amando a Deus acima de tudo,
fazendo o bem, amando o próximo, praticando a caridade, para evoluir sempre até
alcançar o bosque fértil da felicidade (O Reino de Deus).
“A vida tem a cor que você pinta!”.