“Deus é a
Inteligência Suprema, a Causa Primária de todas as coisas”.
(Livro dos
Espíritos)
Todas as pessoas têm um sentimento intuitivo da
existência de Deus em conseqüência do princípio: não há efeito sem causa.
E esse sentimento intuitivo da existência de Deus não é fruto de nossa educação
ou produto das idéias que adquirimos. Porque, se assim fosse, como se
explicaria o mesmo sentimento nos nossos selvagens?
Portanto, essa máxima “não há efeito sem causa” é a prova da existência de Deus. Pois os
efeitos, desde a organização de um formigueiro até a organização das grandes
constelações, atestam a existência de uma providência bem acima de todo o
conhecimento ou de toda a concepção do ser humano.
Esses efeitos têm, então, uma Causa Primária soberanamente
inteligente!
É soberana porque é uma inteligência suprema. É Deus
que se revela nas menores como nas maiores coisas, e que não permite por em dúvida
a Sua existência.
Resumindo: a existência de Deus, bem como a sua Lei,
estão registrados no âmago da nossa consciência.
Lendo o livro “Por uma Escola Humana” de Ivone Boechat, me deparei com
o seguinte texto que me chamou a atenção pela riqueza da linguagem utilizada
para definir o que está acima da compreensão dos homens.
A
MAIOR DESCOBERTA
(adaptação)
Linda
manhã de sol na tribo dos Kraós. O cacique, como de costume, sentou-se para
observar a movimentação de sua gente, no vaivém do cotidiano. Nesse instante,
três índios se aproximaram para pedir licença ao chefe para uma consulta.
Gostariam de se afastar periodicamente. Sairiam pelo mundo à procura de coisa
importante para o engrandecimento da aldeia.
Após
um longo debate, receberam a aprovação e marcaram o dia da viagem. Não havia
uma data prevista para a volta. Os índios partiram.
O
tempo foi passando, passando, e eis que, certa manhã, após a sua meditação
matinal, o velho Cacique avistou muito ao longe um dos índios, que, em estado
de grande abatimento, vinha chegando. Sujo, com ar de muito cansado, se
aproximou emocionado. A alegria foi geral! Contou que encontrara uma grande
mina de pedras preciosas!
Muito
depois desse acontecimento, quando alguns já deixavam transparecer alguma
preocupação, o segundo índio aparece inesperadamente. Tinha uma das mãos
fechadas com bastante cuidado. Sentou-se cansado aos pés do Cacique e pediu a
todos que o olhavam curiosos, para que cuidassem da pequenina semente que
trazia. Era da mais linda árvore encontrada em sua peregrinação!
Agora,
a expectativa girava em torno da volta do último índio. Passava o tempo e nada!
O que teria acontecido? Quando a tribo se recolhia certa noite para o repouso,
que maravilha! O tão esperado viajante apareceu. Seu estado físico era pior do
que o dos outros. Seu corpo estava ferido, mas a sua aparência era de grande
felicidade. Pediu uma reunião da tribo, porque gostaria de relatar a sua
experiência na presença de todos.
Muito
feliz, explicou que, após a longa caminhada, encontrou uma montanha e resolveu
subir para ver o que existia do outro lado. À medida que subia se machucava,
mas uma força estranha o impulsionava e ele subia cada vez mais. Escalou passo
a passo e chegou ao alto. Lá de cima, virou-se e deslumbrado viu o mar.
Foi
a coisa mais maravilhosa que o índio viu em toda a sua vida! Ficou, dias e
dias, contemplando o seu mistério, a sua grandiosidade e refletindo. Sentiu
pela primeira vez uma sensação de infinito na sua existência. Somente um Ser
Supremo, muito forte, poderia criar tamanha perfeição.
Na
meditação profunda o índio descobriu DEUS!