“Não
vos encolerizeis para que não sejais condenados.” (Jesus).
De “Ostras
Vazias” são chamadas aquelas pessoas que não sabem lidar com a dor e o
sofrimento. Pessoas que não têm um “jogo
de cintura” para vencer algumas dificuldades da vida; e que se encolerizam
por qualquer contrariedade!
Podemos ser discriminado na vida ou receber duros
golpes do preconceito... Podemos ser acusado de ter falado coisas que nunca
dissemos... Mas muitas vezes uma palavra
é suficiente para nos ferir lá no fundo da alma! Até a indiferença às vezes nos
magoa profundamente!
Todo dia recebemos “alfinetadas”
que nos aborrecem: é uma idéia nossa que é rejeitada de repente; ou uma ideia
que apresentamos e que é mal interpretada (muitas vezes, maldosamente!); além de
calúnias, injúrias e difamações.
Para trabalhar bem essas questões que nos afligem é
preciso ser um “artista da convivência”.
“Um palhaço ou um malabarista da vida”
capaz de sorrir nos piores momentos de dificuldades; capaz de um olhar de
fraternidade no meio das tormentas; capaz de um gesto de tolerância, de
concórdia, que, na maioria das vezes, fala mais que mil palavras; capaz de
perdoar “setenta vezes sete” − para
transformar a dor em amor.
Nessa “arte”
o exemplo da Ostra fala bem alto e cala fundo na gente. Pois as Pérolas da Ostra são produtos da dor;
são resultados da entrada de substâncias estranhas ou indesejáveis no seu
interior, como um parasita ou o grão de areia.
Na parte interna da concha da Ostra é encontrada uma
substância lustrosa chamada NÁCAR. Quando um grão de areia a penetra, as
células do NÁCAR começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e
mais camadas para proteger o corpo indefeso da Ostra.
Como resultado, uma linda Pérola vai se formando. Uma
Ostra que não foi ferida de algum modo, nada produz, pois a Pérola é uma ferida cicatrizada...
A dor e o sofrimento humano tem tudo a ver com a
produção de Pérolas!
Pense nisso! E lembre-se dos ensinamentos do Mestre: “Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos
com ele, anda dois mil”; “Bem-aventurados
os que choram, porque serão consolados!”; “Bem-aventurados os mansos, porque
possuirão a Terra!”.
Aí tem sabedoria! Pois isso significa que não é
preciso pagar o mal com o mal e que é mais glorioso para o homem ser ferido do
que ferir; que é melhor ser enganado do que enganar; que é melhor ser arruinado
do que arruinar os outros.
O ser humano deve aceitar com humildade e resignação o
sofrimento e tudo o que faz rebaixar seu orgulho. Pois o orgulho é fruto do egoísmo.
E são egoístas todos aqueles que desfrutam dos prazeres apenas para si mesmos.
Allan Kardec diz que “O egoísmo é a fonte de todos os vícios, assim como a caridade é a
fonte de todas as virtudes”.
Por ser um sentimento contrário à fraternidade e a boa
convivência; por ser um sentimento de interesse pessoal, que está enraizado no
coração do ser humano e dá muita importância à personalidade, “o
egoísmo é a maior chaga da sociedade”; a causa de todos os males!
Segundo Fénelon, o egoísmo é o nosso maior mal, pois
se prende à nossa inferioridade. Desenraizá-lo do nosso coração não é uma
tarefa fácil; extirpá-lo então parece ser quase impossível, pois tudo concorre
neste mundo para manter a sua influência: a política, a legislação, a justiça,
a educação... Enfim, a nossa ordem social é materialista, opressora, organizada
para se levar vantagem em tudo, na base do “salve-se
quem puder”...
Onde o egoísmo predomina não existe liberdade,
respeito, consideração, cooperação, boa convivência... Pois dele deriva todo o
mal da sociedade.
Quando nos libertarmos do egoísmo, viveremos como
irmãos, construindo o reino do bem na Terra, onde o forte será o amparo do
fraco e não o seu opressor.
É chegada a hora de se entender que o mal faz a gente
se sentir desprezível e rebaixado. E que para ser superior basta ter uma alma
nobre, humilde, indulgente, generosa e que saiba perdoar.
Disse
Jesus: "[...] recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e
achareis o repouso para as vossas almas" (Mateus 11, 29).
É no Sublime Redentor que devemos buscar as lições de
que tanto carecemos nas lutas da vida para não sermos rotulados de “Ostras
Vazias”.